Quem me conhece, sabe que tenho como hobby ler sobre grandes acidentes socioambientais e suas causas e relatórios de sustentabilidade publicados.
Para as minhas teses, estudei 1.892 acidentes desde que se tem relatórios sobre estes e até os dias de hoje, mas agora, como passatempo entre voos ou durante.
Elenquei 10 pontos em comum entre todos eles e até mesmo os que aconteceram a pouco tempo
Entre eles está o Compliance Ambiental, sim parece mentira, em um mundo corporativo cheio de analistas, gerentes, softwares etc.
Todos enchendo a boca, estufando o peito, ainda mais em seus websites e aqui mesmo no linkedin divulgando suas façanhas na gestao de QSMS-RS
Mas só, que nossos colegas, passam o dia todo apagando incêndios e por uma questão de ocasião o nosso e querido famoso compliance socioambiental, vai para o brejo.
Organizações têm a noção de que a obrigação tributária é uma imposição legal, que não pode ser desobedecida, e todos têm a noção das consequências trazidas pelo seu descumprimento, desde pesadas multas até sanções criminais.
Todos também têm a noção da responsabilidade da empresa para com o consumidor e com seus fornecedores, tanto que as obrigações comerciais e civis são cumpridas rigorosamente à risca, a fim de evitar problemas com os órgãos de proteção e até mesmo com o próprio poder judiciário.
E agora, no momento que vivemos sobre o assunto corrupção de repente surgiram os departamentos e gestores só sobre compliance!!!!
Igualmente, nem todos têm a noção da importância da necessidade de se estar em absoluta conformidade com a legislação ambiental, bem como do dever de utilizar e de se submeter aos instrumentos existentes para a proteção ambiental, como o licenciamento ambiental e outros, mas este cenário está começando a mudar.
Com a chegada do ESG como fiel da espada, imposto pelo mercado financeiro, nem se fala
Atualmente contabiliza se cerca de 39.000 entre leis e normas relacionadas ao meio ambiente, segurança do trabalho etc., a rigidez destas regras e o próprio aumento da procura por produtos ambientalmente responsáveis no mercado têm levado as empresas brasileiras a buscar uma postura preventiva em relação a possíveis riscos ambientais.
Este comportamento eu sinto pelo crescimento do número de consultas que recebo quase que diariamente em relação à adoção de planos de “compliance ambiental” e medidas de adequação das empresas à legislação em vigor para evitar riscos de passivos ambientais.
Para muitas empresas a adequação ambiental é tratada como uma mera oportunidade comercial, e não como uma obrigação legal, o que realmente é.
Por exemplo, já vi alegações no sentido de que a conformidade ambiental é cara e que não traz benefícios à empresa e prefere “deixar esta questão de meio ambiente de lado, para outra oportunidade, ninguém fiscaliza mesmo”.
O primeiro passo para implantar um plano de compliance ambiental é a realização de auditorias de fluxo de processo e uma análise de riscos ambientais da empresa de acordo com as atividades exercidas por ela.
A vantagem do compliance é a antecipação a requerer ajuda só na hora que cometeu alguma irregularidade ambiental.
E já sabemos que “remediar sai muito mais caro que prevenir”.
E em que, consiste na auditoria para a implantação de compliance:
Consiste em avaliação documentada e sistemática de conformidades das instalações, das práticas operacionais e de manutenção de uma atividade poluidora, e tem como o objetivo de verificar, a obediência aos padrões de controle e qualidade ambiental, os riscos de poluição acidental, a eficiência das respectivas medidas preventivas, o desempenho dos gerentes e operários nas ações referentes ao controle ambiental e a pertinência dos programas de gestão ambiental interna ao empreendimento.
Empresas são formadas por pessoas.
A responsabilidade socioambiental, hoje, faz parte do próprio negócio e transcende o próprio negócio.
Bons resultados são alcançados, com ações importantes que contribuem para solucionar, pelo menos em parte, os impactos ambientais.
Tais ações provaram ser especialmente eficientes quando focadas em áreas específicas e não dispersas em iniciativas pontuais.
Mais do que isso: Os programas de adequação as conformidades (compliance) atingem seus objetivos quando apostam nas potencialidades dos beneficiários e não em suas carências, no desenvolvimento contínuo das pessoas e não em doações financeiras ou em investimentos de infraestrutura.
A grande diferença é a valorização do ser humano como agente de mudança.
Estamos juntos!