Desde que regressei ao Brasil, fiz muitas auditorias de sustentabilidade (AA1000), revisei relatórios GRI/SASB, implementei os Princípios do Equador, normas IFC, ESG, etc., mas também fiz muita due diligence socioambiental em M&A.
E sempre pergunto logo de cara, onde está a matriz de risco da sua organização?
E a resposta é sempre o usual: por quê? Para quê?
A gestão de risco é necessária e parte integrante da gestão ESG, em qualquer tipo de atividade econômica, independentemente do porte.
Nas atividades de alto impacto socioambiental, como petróleo e gás, mineração e construção civil pesada, onde dediquei a maior parte da minha carreira, os gestores responsáveis pela área não têm zona de conforto.
Não importa onde eu vá na minha gestão, gerenciar a prevenção de incidentes socioambientais, trabalhar e construir uma equipe pronta para emergências ambientais é inegociável.
Temos que dar tranquilidade e confiabilidade aos acionistas para sustentar o negócio.
Com uma governança corporativa forte e efetiva onde a cultura de segurança e prevenção é tida como um VALOR na empresa, a probabilidade de acidentes é bastante reduzida e, caso ocorra um acidente, estamos preparados para qualquer possível resposta efetiva a emergências.
A prevenção e gestão de riscos de acidentes ambientais faz parte da gestão de QSMS-RS e é a espinha dorsal da gestão de sustentabilidade corporativa.
Esses departamentos estão alinhados e conscientes de suas responsabilidades na produção, promovendo uma boa gestão de riscos.
Em uma corporação moderna não existe mais espaço para conflitos entre produção e gestão de QSMS-RS e Sustentabilidade.
Infelizmente algumas empresas ainda não possuem uma cultura QSMS-RS como visão estratégica para gestão de riscos socioambientais, porém neste mundo globalizado e numa sociedade cada vez mais consciente e sabendo o que quer para as gerações futuras, isso se faz necessário.
No entanto, pouca atenção tem sido dada aos riscos ambientais, com cada vez mais desastres ocorrendo quase todos os anos, como falta de água em São Paulo, derramamento de óleo nos portos e o caso mais recente em MG.
A falta de preocupação e de profissional com experiência para a gestão de risco ambiental ainda é uma realidade no setor empresarial e quanto à experiência em gestão de crise em acidentes, também é escassa.
Portanto, qualquer iniciativa que vise reduzir riscos e melhorar as condições de trabalho deve ser considerada válida e estabelecida o quanto antes por uma empresa consciente de seu valor social e preocupada com sua reputação.
Na gestão de prevenção a acidentes ambientais, é fundamental entender os riscos inerentes a determinadas ações e tomar as medidas necessárias para enfrentá-los.
A prevenção deve ser vista como um investimento inteligente, não apenas um custo.
A gestão de risco eficaz requer condições de governança que permitam a implementação de políticas de redução de risco de desastres.
Pergunte: Quanto vale a imagem de uma organização após um acidente ambiental? E a imagem dos profissionais responsáveis pela sustentabilidade e QSMS-RS?
As matrizes de risco e seus estudos analíticos são essenciais para o desenvolvimento de planos de prevenção, preparação e resposta rápida a incidentes ambientais.
Dessa forma, a gestão de riscos socioambientais é fundamental para auxiliar a tomada de decisões e monitorar as obrigações legais, manter a integridade ambiental, resguardar a saúde financeira e a imagem empresarial.
Em resumo, a prevenção e gestão de riscos ambientais devem ser parte integrante da governança corporativa de uma organização.
A necessidade de uma gestão prospectiva do risco ambiental que privilegie os investimentos responsáveis em prevenção é fundamental.
Prevenir é sempre melhor que remediar! Que o digam as organizações que passam por alguma situação de acidente ambiental.
Está comprovado que negócios sustentáveis proporcionam retorno financeiro e de imagem.
E nada garante essa paz de espírito como uma boa gestão de risco ambiental!
Estamos juntos!